Alimentos transgênicos é um tema que vem sendo muito discutido atualmente. Mas você sabe o que são alimentos transgênicos?
O Brasil é um dos países que mais produz alimentos transgênicos no mundo, juntamente com os Estados Unidos, o Canadá e a Argentina. O fato é que este tipo de alimento é uma realidade presente em nosso dia a dia e para isso precisamos entender melhor do que se trata.
Vejamos agora o que realmente são os alimentos transgênicos e porque estão dividindo opiniões por onde passam.
O que são alimentos transgênicos?
Alimentos transgênicos são alimentos que foram geneticamente modificados (AGM). Esses alimentos sofreram mudanças em seu DNA por meio de experimentos feitos em laboratórios.
A engenharia genética é a área responsável por estudar e realizar experimentos que buscam modificar a genética dos alimentos. Ao estudar espécies de plantas como a soja e o trigo, a engenharia genética foi capaz de inserir genes de outras espécies, como as bactérias, por exemplo, no DNA desses alimentos.
Os genes para os alimentos transgênicos podem vir de plantas, animais ou microrganismos que permitem que os cientistas obtenham novas características para o organismo modificado.
Através da engenharia genética, hoje, somos capazes de produzir alimentos transgênicos com genes bacterianos e isso aumentou a resistência dos alimentos a pragas que aparecem nas plantações.
Dessa forma, com sementes mais resistentes, tem-se uma lavoura mais produtiva, mais alimentos disponíveis para consumo e um menor custo-benefício.
Mas por que esse assunto divide opiniões entre pessoas que são contras e pessoas que são a favor da produção de alimentos transgênicos?
A questão é que os cientistas ainda não chegaram a uma opinião única sobre o tema. Será que quando uma espécie empresta suas características genéticas a uma outra espécie isso realmente trará benefícios ou trará malefícios a saúde da população?
Alimentos transgênicos fazem mal à saúde?
Antes de mais nada é preciso esclarecer que para um alimento transgênico ser liberado para comercialização ele passa por muitos estudos e testes. É feita uma análise rigorosa no impacto da modificação genética na planta, no solo, no ambiente, nos animais e nos seres humanos.
No Brasil, os alimentos transgênicos são estudados de acordo com a Lei de Biossegurança 11.105/05, na qual é preciso seguir uma série de procedimentos específicos para poder desenvolver um organismo que irá receber um ou mais genes de outro organismo.
Do mesmo modo, é necessário provar que os genes modificados não irão causar nenhum maleficio a natureza ou a saúde humana. Os alimentos transgênicos são considerados um dos produtos mais testado, estudado e avaliado do mundo antes de obter a liberação de produção.
Todos os alimentos transgênicos precisam passar nos testes de biossegurança antes de serem aprovados para uso. A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) é a entidade responsável pela avaliação de cada espécie geneticamente modificada e, para tanto, segue os padrões estabelecidos pela Lei de biossegurança.
Segundo a legislação, é necessário ter uma autorização prévia, ter o registro de instalações e contar com profissionais habilitados e capacitados para trabalhar com pesquisa. No Brasil, nenhuma empresa pode trabalhar com biotecnologia sem ter o Certificado de Qualidade em Biossegurança (CQB).
Porém, uma planta que se reproduza a partir de outra que passou pelo melhoramento genético não é testada, o controle de reprodução de plantas geneticamente modificadas não é preciso, já que a natureza faz esse processo sozinha.
Diversos laboratórios do mundo já pesquisaram e ainda pesquisam sobre a segurança dos alimentos transgênicos e, até o momento, não foi comprovado que são alimentos maléficos para a população.
Além disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que os alimentos transgênicos, que são comercializados, não representam risco à saúde humana.
Porém, existem estudos feitos por diferentes instituições que vem mostrando como os alimentos transgênicos podem nos afetar.
Os alimentos transgênicos têm como um de seus objetivos serem mais resistentes a pragas, então, para que isso aconteça, são injetadas no alimento algumas substâncias capazes de matar as pragas. Essas substâncias são chamadas de agrotóxicos. Portanto, os alimentos transgênicos são majoritariamente modificados para serem mais resistentes aos agrotóxicos e isso permite que os produtores façam um uso ainda maior desses “venenos”.
Em consequência disso, nós passamos usufruir de alimentos ricos em toxinas e que, a longo prazo, podem provocar muitos problemas de saúde. Além disso, o uso de agrotóxicos afeta o meio ambiente pela alta contaminação dos solos e dos rios, o que causa um desequilíbrio do ecossistema.
Outro ponto interessante é o fato de alguns estudos mostrarem que a manipulação de um alimento a partir de genes de outro alimento pode aumentar as chances de alergia nos consumidores. Isso acontece, porque, por exemplo, se você for alérgico a amendoins e consumir um produto transgênico que recebeu genes do amendoim poderá desenvolver um quadro alérgico.
Muitas pessoas apresentam reações alérgicas novas e não conseguem identificar o real motivo. Por isso, sempre observe a embalagem do alimento para saber se ele é ou não um alimento transgênico.
Como identificar um alimento transgênico?
A legislação em vigor no Brasil diz que é obrigatório que as empresas informem no rótulo de identificação do produto que aquele produto é transgênico ou contém ingredientes transgênicos.
O Decreto 4.680 de 2003 determina que os alimentos produzidos a partir dos transgênicos ou que contêm transgênico devem ser rotulados sempre, independente do percentual dele em sua composição. Além disso, o Decreto serve também para produtos derivados de animais que foram alimentados com algum tipo de alimento transgênico, por exemplo: ovos, leite, carne etc.
O símbolo padrão de identificação de alimento transgênico na embalagem é representado pela letra T no interior de um triângulo amarelo.
Também, é necessário que o rótulo contenha a frase “produto produzido a partir de soja transgênica” ou “contém soja transgênica” e é preciso informar qual é o nome da espécie doadora do gene ou sigla OGM (Organismo Geneticamente Modificado).
Como são produzidos os alimentos transgênicos?
Alimentos transgênicos ou geneticamente modificados são produzidos há mais de duas décadas, no Brasil foram comercializados pela primeira vez em 1998 como uma grande inovação agrícola.
Atualmente, o plantio de transgênicos está crescendo amplamente no mundo todo.
Para produzir uma planta transgênica é necessário seguir uma série de etapas e isso pode demorar muitos anos. Essa modificação genética só é possível graças a uma descoberta científica de 1972 que é conhecida como tecnologia do DNA recombinante.
A tecnologia do DNA recombinante possibilitou isolar, manipular e identificar genes em organismos vivos e, a partir disso, tornou-se possível extrair pequenos fragmentos do gene de um organismo vivo para, então, inseri-lo no genoma de outro organismo.
Para produzir um alimento transgênico a primeira coisa a se fazer é selecionar o gene. Nessa etapa, se identifica o gene de interesse para o organismo que será modificado.
Após isso, o gene selecionado é isolado e introduzido no genoma do organismo receptor, sem que haja danos e em células aptas a regenerar um outro organismo completo.
Para que ocorra a transformação genética de forma segura e sem apresentar riscos à saúde e ao meio ambiente, é preciso envolver cientistas de diversas áreas do conhecimento, tais como: genética, bioinformática, biologia molecular, bioquímica, agronomia etc.
Alimentos transgênicos no Brasil
Em 1998 a soja transgênica tolerante ao glifosato chegou ao Brasil e com ela veio a liberação para a comercialização e cultivo de alimentos transgênicos.
A partir de então, muitas plantas geneticamente modificadas foram aprovadas e receberam liberação para plantio comercial, como é o caso do eucalipto, algodão, milho, feijão, soja e algumas variedades da cana-de-açúcar.
Por conta da melhora genética, essas plantas apresentam características como:
- Tolerância a diversos tipos de herbicidas;
- Resistência a diferentes espécies de insetos;
- Resistência a diferentes tipos de vírus;
- Mais resistência a seca;
- Mais resistência a mudanças climáticas;
- Aumento na produção de celulose;
- Restauração da fertilidade;
- Melhor qualidade de óleo.
Você, muito provavelmente, consome alimentos transgênicos em sua dieta diária, já que algumas dessas plantas fornecem ingredientes para muitos dos alimentos processados e industrializados.
Dessa forma, consumimos alimentos transgênicos de forma direta ou indireta por conta dos insumos transgênicos inseridos nos produtos.
Na nossa alimentação, os transgênicos estão presentes, por exemplo, nos microrganismos utilizados na fermentação e na produção de queijo.
Abaixo listamos alguns dos alimentos transgênicos mais comuns:
- Óleos refinados: contêm gorduras vegetais de soja, milho, palma, girassol;
- Margarina: contém gordura vegetal, normalmente, extraída de plantas transgênicas;
- Leite de vaca: pode ser que o animal tenha se alimentado com produto transgênico ou tenha recebido a somatotropina bovina (BST), que é uma forma geneticamente modificada de hormônio de crescimento bovino que aumenta a produção de leite;
- Salsicha: muitas marcas usam soja e xaropes de milho geneticamente modificados;
- Soja e derivados: a grande maioria da produção de soja é feita com grãos geneticamente modificados;
- Milho: seu plantio é feito, em sua maioria, com variantes transgênicas;
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